Eles tiveram a árdua missão de representar o país nesta função ingrata e gloriosa
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- A Copa de 1934 foi ainda mais curta para o Brasil, que viajou semanas para chegar à Itália. O goleiro titular era Roberto Gomes Pedrosa, o Pedrosa, que começou a carreira no Botafogo. Na Copa, o Brasil foi derrotado por 3 a 1 pela Espanha e, para não perder a viagem, ficou algumas semanas jogando amistosos na Europa. Pedrosa foi jogar no São Paulo e depois se tornou presidente do clube. Como dirigente ainda foi presidente da Federação Paulista de Futebol de 1947 a 1954, anos em que morreu.
- Algisto Lorenzato Domingos, o Batatais, nasceu na cidade de Batatais, no interior paulista. Começou a jogar como ponta-esquerda no interior, mas logo o deslocaram para o gol, pelo seu perfil. Jogou em clube como o Comercial de Riberião Preto até se transferir para o Fluminense. Foi um dos goleiros na Copa de 1938, jogando duas partidas. O outro foi Wálter, que entrou no lugar de Batatais, após este tomar 5 gols (na vitória do Brasil por 6 a 5) contra a Polônia
- Moacir Barbosa, o Barbosa, foi o goleiro brasileiro na fatídica derrota para o Uruguai, na Copa do Mundo de 1950. Ele era goleiro do Vasco, pelo qual conquistou vários títulos, e era dotado de ótimo reflexo e boa agilidade. Nascido em Campinas, ele ficou famoso no Rio de Janeiro. Em 1953, após fraturar a perna contra o Botafogo, uma fila de torcedores se formou em frente ao hospital, para ver se ele estava bem, numa demonstração de como Barbosa, mesmo com a derrota na Copa, era querido
- No Fluminense, Castilho se tornou um “milagreiro”. Foi o goleiro do Brasil na Copa de 1954, quando, apesar de ter um bom time, a seleção foi eliminada pela Hungria de Puskas. Em 1957, Castilho amputou um dedo para retomar mais rápido aos treinamentos, após uma fratura. Também era apelidado de Leiteria, denominação na época àquelas pessoas conhecidas por terem sorte
- Outro goleiraço, reserva de Castilho na Copa de 1954, era Cabeção (Luís Moraes), do Corinthians. Ele veio dos aspirantes, na safra que trouxe Luisinho, Idário e Roberto Belangero. Identificou-se com o clube, apesar de ter sido emprestado à Portuguesa. Por muito tempo deixou Gilmar dos Santos Neves no banco, tamanha era a sua qualidade
- Que pode ser bem vista neste salto, dado em um treinamento no Parque São Jorge. Era um jogador de elasticidade grande. Diziam na época que ele tinha dificuldades de jogar partidas noturnas, por não se adaptar bem aos refletores dos estádios.
- Gylmar dos Santos Neves é sem dúvida o maior destaque entre os goleiros do Brasil. Ele foi bicampeão mundial, fazendo grandes partidas nas duas competições, a começar por 1958. Chegou ao Corinthians como reserva, levou um tempo para se adaptar e se tornou ídolo nacional, não só pela qualidade dentro de campo, como pelo caráter fora dele. Era muito franco e sereno, tendo sido referência para outros jogadores. Como ele, somente Bellini e Djalma Santos eram tão respeitados
- Na Copa de 1962, Gylmar manteve o padrão. Segurou as pontas na difícil partida contra a Espanha, que tinha Puskas e Di Stéfano e ajudou o Brasil a ser bicampeão. Transferiu-se para o Santos na década de 60, tendo ficado descontente com alguns dirigentes corintianos. Na Vila Belmiro também fez história, sendo bicampeão mundial interclubes em 1962/63
- Em 1966, Gylmar não teve a mesma performance. Foi substituído pelo lendário Manga (Haílton Corrêa de Arruda), outro milagreiro, nascido em Recife, e cidadão do mundo, tendo atuado inclusive no forte Nacional de Montevidéu dos anos 70. Mas naquele jogo contra a Hungria, quando o Brasil novamente foi eliminado, ele entrou nervoso e não teve grande atuação
- Felix (Félix Miéli Venerando) foi o titular do Brasil na Copa de 1970. Começou no Juventus (SP), depois de jogar nas categorias de base do Nacional. Depois jogou pela Portuguesa (SP) e Fluminense (RJ). Os europeus criticavam seu estilo, por ser magro e às vezes se precipitar em saídas de gol. No entanto, era inovador para a função. Apelidado de “Papel”, devido à sua leveza, dava saltos acrobáticos e salvou a seleção brasileira na semifinal, contra o Uruguai, pulando como um gato para defender cabeçada de Cubilla, no canto
- Ado (Eduardo Roberto Stinghen) e Leão, no início de carreira, eram reservas de Félix. Ado era goleiro do Corinthians e tinha bastante agilidade. Muitos queriam que ele fosse o titular na Copa de 1970. Ado ganhou a fama de galã da Seleção e cativou o coração também de celebridades, como a cantora Leila Diniz. Usava nas mãos breu, um produto que ajudava a grudar a bola.
- Ado esbanjava reflexo no auge da carreira. Foi campeão mundial aos 24 anos de idade. Na ocasião, estava há um ano no Corinthians, vindo do Londrina. O goleiro mantém hoje uma escola de futebol denominada Ado Soccer, em Barueri (SP)
- Em 1970, com 20 anos, Emerson Leão foi o terceiro goleiro do Brasil na conquista do tri. Depois da Copa assumiu a titularidade por oito anos, de 1971 a 1978. Em 1974 ele foi um dos líderes do grupo e seu estilo temperamental gerou alguns conflitos, como com o lateral Marinho Chagas após a disputa de 3º e 4º, quando ambos chegaram às vias de fato. Leão jogou 105 vezes pela seleção brasileira, sendo o segundo goleiro que mais vezes vestiu a camisa do Brasil
- O que mantinha Leão absoluto na seleção era sua dedicação aos treinamentos. Ele ficava após as atividades formais treinando por conta própria. Sua maior qualidade era a flexibilidade. Fazia lindas defesas à queima-roupa, tendo muita facilidade em buscar bolas difíceis nos cantos
- Waldir Peres também defendeu o Brasil em três Copas do Mundo. Em 1974 e 1978 ele foi reserva. Mas assumiu a condição de titular na Copa de 1982, devido a grandes atuações que teve em amistosos do Brasil na Europa, um ano antes. Sua fase áurea foi no São Paulo, mas ele já mostrava qualidades na Ponte Preta, clube que o revelou. Era um goleiro que tinha boa colocação e firmeza. Sabia superar momentos difíceis, como a falha no gol da União Soviética, recuperando-se com boas atuações, como na partida contra a Argentina naquela Copa
- A frieza, a altura e a boa técnica faziam de Carlos um goleiro excepcional. Titular do Brasil na Copa de 1986, quando a equipe foi eliminada nos pênaltis pela França, nas quartas, Carlos passou a competição sem ser vazado, até aquele dia fatídico. Jogou muito tempo na Ponte Preta, mas fez sucesso no Corinthians e no Palmeiras. Em 1976, Zizinho, então técnico da seleção olímpica, disse o seguinte sobre Carlos. “Esse menino é o novo Gylmar dos Santos Neves”.
- Foto: Getty Images
- O gaúcho Cláudio Taffarel foi unanimidade na Copa de 1990. Vivia fase excepcional no Inter (RS), no fim dos anos 80. Adepto do vôlei na juventude, acabou se tornando goleiro. E se tornou o arqueiro que mais vezes defendeu o Brasil: 108 partidas. Na Copa de 1990, ele não conseguiu evitar a eliminação do Brasil para a Argentina. Já na Copa de 1994, quando era contestado pela opinião pública, o técnico Parreira o bancou e ele teve atuação segura, sendo fundamental para a conquista do tetra, defendendo o pênalti de Massaro, na disputa com a Itália, na final
- Foto: Getty Images
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Em 1998 Taffarel era ainda mais contestado. Desta vez foi Zagallo quem o bancou e novamente a opção foi a correta. Seus reservas foram Carlos Germano e Dida. Taffarel teve papel decisivo na semifinal contra a Holanda, defendendo à queima-roupa uma cabeçada de Kluivert e pegando dois pênaltis na disputa que levou o Brasil para a final, quando foi derrotado pela França. Mas ele não teve culpa nos gols, já que o time entrou abatido em campo
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De uma maneira despretensiosa, o goleiro Marcos fez história em 2002. Fez grandes partidas, como nas oitavas de final contra a Bélgica, e na final contra a Alemanha, contribuindo com a conquista do penta. Ele jogou durante a carreira no Palmeiras (de 1992 a 2012), mas é um ídolo de todas as equipes, por seu jeito espontâneo e carismático, com a simplicidade típica de Oriente, no interior paulista, onde nasceu
- Rogério Ceni também disputou duas Copas do Mundo, a de 2002, como terceiro goleiro e a de 2006, como segundo. Atuou em alguns minutos na partida contra o Japão, em 2006, e fez um dos maiores esforços da carreira ao, ainda pouco aquecido, se esticar todo para defender uma falta cobrada pelo adversário. Neste simples momento ele sentiu que uma Copa do Mundo exige mais de um jogador do que qualquer outra competição
- Foto: Getty Images
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Dida (Nelson de Jesus Silva) também teve uma ascensão gradativa na seleção. Primeiro foi reserva em 1998 (terceiro goleiro) e 2002. E assumiu a titularidade em 2006, justamente em uma Copa em que os jogadores brasileiros, muitos consagrados, não se dedicaram da maneira adequada. Contra Gana, nas oitavas, ele fez uma defesa marcante, defendendo, no reflexo, com o pé, uma cabeçada vinda da pequena área. É o atual goleiro do Inter (RS), aos 38 anos
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O goleiro Júlio César é um apaixonado pela seleção brasileira. Ele demonstra muito envolvimento quando representa o Brasil. Isso, às vezes, o faz ficar ficar muito ansioso. Mas isso é compensado com boa técnica e agilidade. Em 2010, ele falhou no primeiro gol da Holanda e não conseguiu ajudar a equipe a se controlar em campo, sendo eliminada após a derrota por 2 x 1 nas quartas. Em 2013, ele fez ótima Copa das Confederações, com grandes defesas na final. Para 2014, contestado por jogar na MLS, ele busca recuperar o prestígio junto à torcida, buscando ser o guardião do Brasil em busca do hexa
O goleiro Joel de Oliveira Monteiro foi o primeiro a defender o Brasil em Copas. Ele começou jogando na Copa de 1930, no Uruguai, na estreia da seleção, que perdeu da Iugoslávia por 2 a 1. Ele era jogador do América-RJ. Na segunda partida entrou Velloso (Oswaldo Barros Velloso), então goleiro do Fluminense. O Brasil, que teve apenas em Araken um representante paulista, venceu por 4 a 0 a Bolívia no segundo jogo
Foto: Gazeta Press Por: http://esportes.r7.com
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